terça-feira, 22 de março de 2011

Gente que reclama - O segredo do Grande Mestre Zen




http://www.youtube.com/watch?v=RVTWwxrEQH4
"Oh Lord...
Won't you help me be an ocean
Help me bend to stay unbroken
Oh Lord... "

 Gildenlõw, Daniel. Nauticus. In: Be, Album, Faixa 6, Gravadora: InsideOut Music. 2004.


- Pouca Modestia é Impossível no Zen...Maaas... Ja falamos sobre orgulho nesse blog

Nota Introdutória: Eu sou um mestre Zen. É sim. Sou um mestre Zen. ÉÉÉÉÉ... exatamente como o Personagem-Tipo do Edward Norton fôra no andar de baixo enquanto o Tyler e a Marlla faziam as rachaduras das paredes aumentarem... ÉÉÉÉÉÉÉÉ...




Toda a anestesia natural vem como quando o mestre da parábola budista fez seu discípulo beber um como d’água com uma mão de sal para mostrar que a mesma mão de sal não pesaria sobre a língua se arremessada à superfície de um lago do qual de beba um gole com a cara enfiada na borda.

Está é a arte de ser um lago.

Ser um lago. Não um copo d’água. Tendo uma superfície maior a dor, apesar de continuar a existir, não terá um gosto tão difícil.

Talvez até seja possível ser um oceano.

Para aqueles que crêem em Deus ou em algo maior talvez todas as orações possam ser resumidas à “Deus/Jeova/Alá/Orixá/Odin/Dharma(...), me ajude a ser um oceano”

O divertido é que beber um copo d’água é sempre mais fácil que beber um lago. Mas, a despeito de um sem-fundo de sede ambos os pontos de vista são válidos. Nunca mais vou discordar dizendo que a dor de um guri de cinco anos que arrancou a unha do mindinho topando no degrau do terraço (se você, que está lendo isto, mordeu o lábio ao lembrar dessa dor, pense sobre se você é um copo americano ou um de massa de tomate) é a maior do mundo.

Em fim... Pare de se reclamar... Seja como for, sem manter Limiares distantes entre depressão e sorriso gratuito.


Fim

PS: O crédito está longe de ser só da minha meditação, do meu sei-ze e do meu do-zen. Ando conseguindo melhor lidar com as dores e dissabores porque entoru na minha vida uma mulher que tem sido responsável por um aumento gigantesco da quantidade e qualidade dos meus sorrisos. O amor e a cerotonina. Posso dizer que a amo. E ela acabou de chegar. Léa.


E correspondido, veja só o.o'

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Comédia Dell Arte - sobre Arquitetura em sentido figurado



“All that is gone
All that's to come
And everything under the sun is in tune
But the sun is eclipsed by the moon.
"There is no dark side of the moon really.
Matter of fact it's all dark."”

Water, Roger. Eclipse in The Dark Side of The Moon, Album. Harvest Records: 1973. Band: Pink Floyd


À Barbara - Olhos de Desarme, apesar da história não ter nada haver com ela O.o.

Exemplo Didático: Aconteceu mais ou menos assim... Eu me vi nos olhos de um personagem, o Arlequim... Mas porque o Arlequim?... Porque o Arlequim é interessante e as pessoas gostam de se identificar com o incomum... Isso é porque todas as pessoas são iguais, mas este é um tema que eu pretendo desenvolver no futuro (breve)... Tem o fato de as histórias serem similares, mas explicar cientificamente não tem graça...
O Arlequim, naquela roupa de losangos vermelhos e amarelos que não seriam nem levados à sério se ele não fosse invisível cheio de magia pagã, como uma fauno ou elfo. É, a Comédia Dell Arte é mesmo interessante, às vezes interlúdio, às vezes pura piada, às vezes sinônimo de uma história circular imortal, culturalmente onipresente com personagem de motivação dúbia e incerta como ícones de criaturas e essências humanas esquecidas (droga... acho que foi muito científico).
Bem, esses dois parágrafos foram o que os professores de redação costumam chamar de “fuga total ou parcial do tema”... A banca da UFMA teria o prazer de zerar minha redação pela terceira vez consecutiva se isso fosse há alguns anos atrás, um insight (ou acesso de loucura) no dia da prova da segunda etapa ¹... Mas, bem chega de coisas reais demais e de reticências que na verdade significam 5 ou 6 parágrafos cortados que a você, leitor intrometido e voyerista, não interessarem:  Eu me vi  ATRAVÉS dos olhos do Arlequim.
Como na história eu seguia minha colombina dançando ao seu redor, quase sempre invisível como Arlequim, às vezes ridiculamente palhaço na roupa de losangos vermelhos e amarelos de paixão confessa. E conversávamos ardentemente sobre paixão sem que ela de fato conversasse comigo sobre o mesmo assunto (preste atenção na próxima vez que conversar com alguém, você verá que ninguém nunca está evocando a mesma coisa ao conversar sobre coisas triviais apesar de sempre termos certeza que estamos no mesmo lugar-comum da produção de conhecimento que chamamos diálogo).
Como na história, numa madrugada fria preguei, com o alfinete que comprara na Baviera séculos atrás, meu coração ensangüentado recém imolado. Como na história, segui-a enquanto lia o destino das pessoas, errando quase sempre (aposto), sempre invisível, laboratório adentro falando com os mortos no necrotério (no meu caso idéias mortas, não exatamente cadáveres como na história, mas ainda assim “mortos”).
Como na história, acompanhei-a para fora do recinto, depois de descobrir que o músculo enegrecido espetado no batente não havia sido uma brincadeira sem graça de seu antigo chefe, o médico legista. Como na história repetida muitas vezes, mas prestes a ter um final atípico, acompanhei-a até o restaurante [do chinês] [é porque as partes entre chaves são detalhes bem mais pessoais] onde a observei comer meu coração com uma fritada de batatas e um vidro de ketchup.
E ela me deixou sem entrar na minha vida, não sem antes me roubar meu chapéu, minha bengala, meus poderes e minha invisibilidade, deixando uma mensagem de silêncio ao não atender minhas ligações, dizendo que ela iria seguir como a Arlequim de sua própria Comédia Dell'arte e eu não teria mais papel nenhuma nem comédia para chamar de minha, restando-me apenas o sempre-comum e o mais-do-mesmo.
O problema não é o antigo desejo, nem os pretéritos do futuro, os “teríamos sido um casal feliz de advogados felizes sem tempo para nada”.O resultado não é a dor de cotovelo e noites sem dormir e bla bla bla. Essas coisas são balela. Besteira de filmes e da Florbela Spanca, que cicatrizam no mundo real em dois ou três dias. Concussão cerebral é que é coisa séria, essas coisas são apenas questão de cerotonina. O ruim, ruim mesmo, é não ter mais papel na peça, ou melhor, não ter mais peça, perceber que era mesmo só uma peça. Como todas as coisas necessárias aos anseios menos óbvios de todos nós (iguais-nós).

FIM (?)
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Enfim, sobra material para pseudofilosia, reflexões: ”porque escrevemos”; “porque precisamos”; “porque teimamos nestes papeis” (papéis em ambos os sentidos supracitados, repare bem). Vomitamos sentimentos, sempre, de diversas formas, e precisamos porque nossos níveis de cerotonina nunca se equilibram porque sabemos, diferente nos anfioxos e peixes dourados, que vamos morrer, mesmo que esqueçamos de cinco em cinco minutos. Este é o único motivo pelo qual não conseguimos apenas caçar, comer e dormir e continuamos criando e porquês que sé calam com outros porquês, se repetindo infinitos, inconvenientes e bem menos adequados nos textos do que recomendam os professores de redação.
Escrever é uma forma de vomitar esses sentimentos, mas acho que não devemos apenas vomitar e dar o texto como coisa findada, precisamos “ir além”. É certo que tempestades selvagens são lindas como o granizo e os milhões de anos que constroem montanhas, coisas sobre as quais não temos controle.
Esse texto é para uma menina que eu não conheço, uma tal de “Bárbara”, que anda desnudando-se em seus texto (e que lindo é o que vejo ao espiar...) como quem expões feridas viscerais só para manchar de sangue o carpete novo de quem as causou. Quero vê-la arquitetar, um dia, e conhecer de fato o seu estilo de escrita. Pensando bem, mesmo que isso não aconteça será bonito vê-la seguindo a tempestade jogando anomicamente (de “anomia” fazer o que? O.o) sal nas nuvens para aumentar a energia potencial elétrica dos raios.
O passional (de paixão, minha cara, não de submisso) é muito belo ainda assim, acho que temos que arquitetar. Pegar essa matéria prima e transformar em algo diferente, uma morada, um abrigo, uma ponte, um sistema anti-terremotos, uma represa, uma empresa (veja Paulo Coelho (nojinho profundo dele, mas vá lá, é um bom exemplo)), uma sala de leitura, uma torre, um cenário antrópico mesmo.
Algo realmente sólido, factualmente uma construção, algo que faça seu nome ecoar, mesmo de forma ininteligível durante cinco mil anos, como a pirâmide do faraó obtuso que desperdiçou 60.000 mil toneladas de pedra pra-nada.Claro que se você for filósofo ou cientista acaba tendo uma utilidade prática.
 Eu quero arquitetar minha própria lua mesmo que ninguém a veja ela será só minha, e será o mais belo projeto de arquitetura que meu ego já viu, e ela vai estar lá em cima e acima muito além e além (é isso é bem alto) (as above and so below), mesmo oculta, como o lado escuro da lua.
Um beijo a senhorita Bárbara, um beijo para minha antiga colombina (mesmo que ele se perca no limbo dos espaços pouco visitados da internet como este) da qual repentinamente me lembrei e perfeitamente serviu para homenagear essa ilustre desconhecida, digo: será sempre boa matéria prima de escrito, assim como todas as outras.
Segredo: Você, caro leitor, deve estar se perguntando o que tudo isso sobre como escrever tem haver com a Comédia Dell Arte propriamente dita e com a “minha” Comédia Dell Arte... Bem... Nada... é só um exemplo de como pegar a escrita passional e transformar em arquitetura.

Nota1: Me exibindo - hoje a UFMA têm que me engolir!
Nota de Esclarecimento: Sobre a Comédia Dell Arte - http://pt.wikipedia.org/wiki/Commedia_dell%27arte
Nota de Esclarecimento II: Sobre a “outra” Comédia Dell Arte - http://sonhosteoriasepalavras.blogspot.com/2009_10_01_archive.html
Nota de Esclarecimento III (o retorno): Sobre os lados negros da lua http://pt.wikipedia.org/wiki/Lado_negro_da_Lua

PS: pensei em fazer “Nota de Esclarecimento IV (a missão)” e “Nota de Esclarecimento (o início)”, mas seriam muitas notas e a piada perderia a graça.
PS2: Shame on me



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Epistemologia - Imortalidade do movimento constante- Jarras gigantes



"Traveling through both space and time
(You get yours, and I got mine)
Out of control
My wheels in constant motion"

Portnoy, Mike. Constant Motion in: Systematic of Chaos - Álbum CD. Roadrunner Records: 21 de fevereiro de 2007, Band: DREAM THEATER

Existem milhões de jarras espalhadas pelo mundo. Jarras de todos os tamanhos e tipo e formatos. Flutuando, andando, correndo, mergulhando nos mais diferentes espaços para preencherem-se com os mais diversos tipos de substâncias. É um movimento constante.
Recentemente conheci uma jarra triste... “eu não consigo acompanhá-los” disse ela “não tenho o mesmo conteúdo, a mesma base que eles”. Ela me contou que veio de um lugar onde os tipos de conhecimento exigidos hoje em sua vida eram escassos.
E quanto mais ela me contava sobre como ela havia se formado e através de que ela conseguiu o conteúdo que têm hoje, mais eu conseguia entender que ela estava cercada de jarras menores que tiveram acesso ao conhecimento muito mais facilmente... Percebi que muitas pessoas que a cercavam, que hoje eram mais cheias do mundo que ela, caso tivessem que lutar da mesma forma não conseguiriam um décimo do que ela havia conseguido.
Um pequeno lago pode conter mais água que uma vale inteiro, mas o vale continua sendo um gigantesco recipiente que pode ser inundado.
Foi então que eu me afastei e vi porque não conseguia perceber a poucos metros a alma da qual aquela pessoa era o centro... Era tão gigantesca que só consegui vê-la com clareza a centenas de metro de distância, cobrindo o pavilhão inteiro do prédio onde estudamos na universidade.
Apesar de tudo ela ainda é uma criança que não sabe que é criança.

Segredo: se você anda com uma jarra mergulhando-a em diferentes rios e lagos com águas diferentes o conteúdo não será igual a nenhuma das fontes e um pouco do que porta a água de outros lugares será deixado a cada novo mergulho. As conseqüências disso ninguém pode dizer, nunca. Idéias se propagam como ondas de choque. Heranças de recipientes quebrados. É isso que quer dizer ser imortal de fato. Movimento constante.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Promessa

Como o mundo ainda não desabou, estou prometendo a quem possa querer uma promessa grátris, que o próximo post de verdade vai acontecer no dia 15 de novenbro deste ano e falará sobre conhecimento e jaras, imensas jaras de vidro de tamanhos e formas variadas, mas todas gigantes.

Estou neste momento transcrevendo e gravando com meu amigo Rodrigo Smith duas músicas que serão executadas por nós em um festival do DCE da ufma nos dias 2 e 3 de dezembro. Faremos isso pelo dinheiro e esperamos, com sorte ganhar.

Viva o captalismo.

Prometo continuar vivo.

ps: leiam o primeiro texto.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Breaking the Pattern

Este texto vai ter que ser sair do padrão que eu queria seguir, tenho pouco tempo para escrevê-lo, e ele é produzido em meio à Tempestade, mais ou menos como no manuscrito encontrado na garafa de Edgar Allan Poe. Lá adiante um abismo de água gigante se abre e eu deveria estar fazendo algo de mais útil no sentido de contribuir minimamente para escapar desta situação ao invés de me debruçar sobre um texto.

Em fim, este texto é sobre como suportar a tortura. Apenas isto.

Seguir a mesma estrada de todo dia, só que agora, como muitos kilos de chumbo sobre os ombros, agulhas em chamas no estomago, as veias da cabeça precionando a caixa craniana, a coluna entortando cada dia mais.

Espero não ter decepcionado seja lá quem estiver acompanhando este folhetim às paredes vazias (tem alguém ai lendo? There's anybody out there... ?....)


Bem... para não torná-lo totalemtne inútil vou parar de catarses e contar um segredo à quem quer que esteja lendo:


Todos esses textos estou utilizando para falar sobre algo em que acredito, algo chamado A Parede. É uma espécie de visão de mundo nada científica e vagamente contruída...

Se um dia você me encontrar pessoalmente, me pergunte, se você me perguntar da forma correta terei prazer em responder.

Bem. é Só.

 

The Wall

I'm woven in a fantasy, I can't believe the things I see

The path that I have chosen now has led me to a wall



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sob A Égide da Igreja Macabra

às pessoas de visão estreita: a igreja deste texto não tem nada haver com nenhuma religião de verdade.

Antes de começar o escrito em si, gostaria de cortar um pedaço do texto fora. Digamos que este excerto é uma pequena “etapa zero” antes da “etapa um” do texto propriamente dito (etapas estas que já ficaram obvias para quem prestou atenção nos textos anteriores). Bem, geralmente, esta etapa zero guardo só para mim, é algo do meu próprio egocentrismo sobre o que reflito para enfim construir o texto como algo externo ao que sou de verdade. Espero que colocar o “zero” dos meus textos não se torne um hábito (eu que sempre defendi o “escrito projetado” em superioridade ao “escrito passional”), enfim, lá vai: Escrevo esse texto como forma de me alegrar num dos momentos mais difíceis da minha vida sobre o qual pesam uma série de coisas ruins que não sã da sua conta, leitor, mas, desabafo, estão doendo no processo de cicatrização ou estão me consumindo no processo de enfrentamento que exigem. Ultimamente destruí muitas coisas imensamente boas em segundos e tomei muitas decisões que, na mudança de contexto, tornaram-se terríveis. É por conta disto que ao invés de utilizar como alicerce do meu texto estes pontos mais importantes do que vivo atualmente vou utilizar algo secundário, que, de certa forma, também faz parte da minha vida presente, ou simplesmente perpassa (talvez) minha vida egoísta – A Igreja Bineniana. Será algo como uma piada sobre a piada. Espero que agrade em especial aqueles que estiverem a par do se trata a primeira piada. Por tudo que é mais sagrado eu não quero ofender niguém!





"The future is managed, and your freedom's a joke
You don't know the difference as you put on the yoke
The less that you know the more you fall into place
A cog in the wheel, there is no soul in your face"


Walsh, Steve; Livgren, Kerry. Sparks Of The Tempest. In Point of Know Return. Ep. Américan Rock: 1977,  Band: Kansas 
Nova Biné, antiga São Luís. 22 de Outubro de 2034

Tudo que sei é que acharam meu esconderijo. Todas as rotas de fuga foram descobertas e as sentinelas estouradas. As últimas bases foram atacadas, quase todos foram mortos, pouquíssimos feitos prisioneiros e eu sou o único fugitivo. Acabo de descobrir que meu último contato, o que havia me disponibilizado esta mesa e este colchão no forro desta sala neste prédio comercial, vendeu-me em troca da piedade de Biné... Em poucas horas o esquadrão chegará para eliminar o último dos que estava presente quando tudo começou e que não está do lado do governo fascista de Mooty... Costumava ser um apelido... Ele costumava detestar... Mas, vejam só que irônico, ele incorporou-o apagando todas as origens deste nome que (tomara que alguém leia isto e ao menos para que se possa rir da cara do líder supremo uma última vez este diário sirva) na realidade era o pato companheiro do protagonista de um desenho animado chamado “Monster Rangers”... Aliás, bem mais que o nome do nosso ditador costumava ser piada.
Tudo isto, tudo mesmo, as estruturas de controle de comportamento, a estabilidade do governo psudodemocrático que vem se estendendo ha 29 anos... Tudo... Os presos políticos simplesmente teriam morrido sufocados de tanto rir economizando injeções letais ao estado se soubessem que lutam contra uma imensa piada, talvez a mais bem feita da história.
Eu estava La... Não estava em todas as reuniões dos primeiros “cultos”, na realidade só lembro de ter ido à umas poucas. Tudo começou com a imensa piada a respeito do namorado de uma amiga do nosso grupo de amigos... sim, familiar? É a santa da ladainha religiosa que vocês escutam todos os dias nas igrejas Brasil a fora... Bem, Como chegamos a este ponto? Eu também não sei... Só sei que a piada foi indo cada vez mais longe... Foram instituídos novos ícones, que tornaram-se personagens, que tornaram-se símbolos e hoje... Cargos... Tudo brincadeira... Não há divindade Biné... Biné era um cara que tocava baixo em uma banda chamada Púrpura...
E agora estão arrombando a porta do sótão... Continuo a escrever... É bom registrar o máximo que puder... Terminaram... Estou lisonjeado... Olha só quem adentra a penumbra do meu abajur... É Mooty em pessoa... Sempre respeitoso, ele está esperando eu terminar de escrever... Já sei o que farei depois de por o ponto final: vou enrolar a folha, socá-la nessa garrafa de vidro no canto da mesa e deixá-la cair pela abertura do cano ao lado da minha cadeira... Este cano vai dar no esgoto... Nosso ditador não dará atenção, afinal eu sou o último vivo... Vou ter uma bela conversa com ele sobre em que estágio da “parede” nós estamos: consolidação ou desabamento... Tenho certeza que ele adorará conversar antes de mandar o esquadrão abrir fogo. Vou chamá-lo pelo nome, de velho amigo, de certa forma estou ansioso. Aqui me despeço.

 nota de esclarecimento: http://pt.wikipedia.org/wiki/Die_Welle 

sábado, 2 de outubro de 2010

Pride - Orgulho - Puraido - Superbia







"Se nós queimarmos nossas asas
Voando muito perto do sol
Se o momento de glória
Está acabado antes de ter começado
Se o sonho é vencido --
E apesar de tudo estar perdido
Nós pagaremos o preço,
Mas não contaremos o custo"
 [...]
 LEE, Geddy. Bravado. in: Roll the Bones. LP CD. Atlantic: Setembro 3 1991.


Outrora tive orgulho de ter um objetivo como 100% certo.Só porque a contraparte do orgulho é a derrota dou-lhe esta lápide, meu caro plano-infalível:

A imensidão do nosso orgulho nos faz engolir o mundo inteiro. Não, o universo inteiro. Talvez mais. Essa incerteza textual proposital é um recurso metalinguístico para mostra que ele não pára de crescer. Eu sei, eu sei, tirei toda a beleza do recuso linguístico... mas é porque meu orgulho faz com que eu engula isto também, engula a nessecidade de mantê-lo belo. Afinal, o Centro do Universo precisaria de mais "o que" para garantir a construção de um bom texto?...


Vê... não é irritante? Pense sobre isso sem engolir o seu orgulho e lembre-se de que apesar de estar no centro do universo você apenas está "no centro"... Entende?... Você só foi amaldiçoado com uma visão mais ampla... basta girar 360 graus e você pode olhar claramente para todas as faixas do seu universo, vislumbrar-lhes os limites... Seu universo (mas não se sinta sozinho, lembre-se de que usei a primeira pessoa do plural, "nosso", em outro momento, porque também sou o Centro do Universo), seu universo... É um alvo... O centro, sempre alvejado, mostra que ser o centro, neste caso é só um advérbio de lugar...

Orgulho e Orgulho... Tenha ogulho de ser o centro do universo... Você está certo... E Não o engula!!! Nunca! Lembre-se de que é ele que engole à tudo... Seja irritante a ponto de transformar seu orgulho em Honra. Faça, assim, com que ele seja, de fato, capaz de engolir a tudo: engolir as coisas ruims para tirá-las do caminho, engolir tudo que fará bem encorporar, engolir cada palavra, boa ou ruim para digerí-la da forma mais adequada a nosso proveito... Engolir o sol para que ele não queime suas asas de cera... Engolir o amargo do preço... Engolir até o que seu orgulho não é capaz de adimitir... Para que faça parte de você...

Mentalize, entretanto, o seguinte:

"Quando eu tinha 13 anos e viajava de carro para minas" disse o soridente Oliveira " vi um enorme caminhão de duas caretas com uma marca, provavelmente de alguma transportadora, e nele tinha escrito imenso, imenso mesmo, assim: Quantas oportunidades você ja perdeu na vida? Foi massa, ele passou muita rápido, só o suficiente para eu ler a frase. Na época eu era muito pequeno e tinha negócios mais importantes a tratar do que pseudo-filosofia, mas hoje eu lembro dessa cena e acho que, pseudo-filosoficamente, ela faz parte de mim" e então, Silêncio

Entendeu?

... mas viva o Orgulho ...

Segredo: Temos orgulho de saber que sabemos que vamos morrer... e daí tirramos todo o infinito de nosso medo do finito... nos sonhamos... a morte é a irmã mais nova de nossos sonhos... a única que engole nosso Orgulho...





nota de esclarecimento: No campo de batalha alguém precisa saber /Que um coração humano necessita ser admirado / Pois, no Centro do Universo/ Nós estamos completamente sós   -